terça-feira, 27 de janeiro de 2009

A escrita em tempos de novas tecnologias da comunicação

O homem por ser um ser social sempre teve necessidade de se comunicar, a escrita veio para facilitar está comunicação. Fica evidente a necessidade e a importância da escrita desde tempos passados até os dias de hoje.
Com o passar dos anos a escrita foi evoluindo, e novas tecnologias da comunicação surgiram, já passamos pela cultura áudio-visual, pela cultura elétrica e agora estamos na Era Digital, em que somos afetados pelo excesso de informação, ausência de tempo e de espaço. Com o telefone celular, nos tornamos presentes em todos os lugares a qualquer hora.
Mas infelizmente ainda hoje no Brasil existem lugares em que o uso da oralidade é muito utilizado, por existirem muitas pessoas que não são alfabetizadas. Pessoas que não tiveram oportunidade de estudar pois tiveram que trabalhar muito cedo para ajudarem seus pais ou por outros motivos que as impediram. O Brasil tem atualmente cerca de 16 milhões de analfabetos e metade deste número está concentrada em menos de 10% dos municípios do país, mostrou uma pesquisa divulgada pelo Ministério da Educação (MEC).
Fazendo um paralelo com os filmes Narradores de Javé e Central do Brasil podemos perceber em ambos os filmes a importância da escrita. Quem sabia escrever tinha uma espécie de poder, poder de manipular, ganhar dinheiro, inventar, tirar proveito, mudar histórias, realizar sonhos, destruir sonhos... tudo através da escrita. Hoje em dia as coisas mudaram, mas não tanto assim, quem é analfabeto nos tempo de hoje tem que confiar em alguém para escrever uma carta, um e-mail, ler jornal, um livro, correspondência... Mesmo com todos os avanços tecnológicos os analfabetos só está se beneficiando com o uso do telefone.
Na entrevista que fiz com a senhora Dolores Vieira Machado que tem 73 anos moradora de Carapicuíba, ela relatou que nunca teve oportunidade de estudar, pois morava na roça e tinha que ajudar seus pais na colheita e afazeres de casa. Ela fala que a escrita sempre fez falta, pois sempre que tinha que escrever para alguém que morava longe tinha que pedir para alguém (escriba), sempre teve vontade e curiosidade de saber o que estava escrito nos livros, jornais, propagandas etc. Mais tarde ela e sua família mudaram-se para São Paulo, porém se casou muito cedo e teve 6 filhos e nunca teve tempo de ir á escola. Hoje em dia quando quer se comunicar com alguém que mora longe ela utiliza o telefone, em relação aos números ela os identifica e faz cálculos mental com muita facilidade.
Em uma sociedade letrada com a tecnologia tão avançada fica difícil imaginar o dia a dia de uma pessoa que não é alfabetizada, porém após terminar a entrevista percebi que o ser humano é surpreendente, pois ficou evidente que a entrevistada era feliz e conseguiu sobreviver num mundo letrado e cheio de pré-conceitos.